sábado, 27 de fevereiro de 2010

Com lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", 15º Congresso da UJS está convocado

Por Fernando Borgonovi

A plenária nacional da União da Juventude Socialista convocou, nesta terça-feira, 9 de fevereiro, o 15º Congresso da entidade. A plenária final ocorrerá entre 17 e 20 de junho, na cidade de Salvador (BA), mas
desde agora podem ser realizadas reuniões de filiados e apresentação do tema congressual para toda a juventude brasileira.
Com o lema "Pra Ser Muito Mais Brasil", a proposta de tese contou com dezenas de emendas e foi aprovada de maneira unânime pelos delegados presentes. Agora, o documento será debatido em todo o país, num fecundo processo democrático, até finalmente ter sua versão final aprovada na etapa nacional do Congresso.

Segundo a meta aprovada, mais de 100 mil jovens devem ser mobilizados em todas as fases do processo, sendo que serão computados apenas aqueles que efetuarem o cadastro pela "Rede UJS", sistema também
lançado na plenária.

"Pra Ser Muito Mais Brasil"
A ideia central proposta pelos jovens socialistas é de que o Brasil, fruto do acúmulo das lutas do povo que redundaram nos avanços obtidos nos útlimos anos, tem uma oportunidade rara para se contituir em uma nação próspera, desenvolvida, soberana, justa e integrada de maneira solidária com outros países e povos do continente.

O documento elenca fatos concretos que levam o país a esta nova condição, como a descoberta do pré-sal e a escolha para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas - levando em consideração que estas não são
meras competições esportivas, mas foram possíveis graças à nova inserção do Brasil no mundo e podem significar importantes oportunidades para resolver entraves estruturais históricos, melhorando a vida do povo.

Outro eixo importante, decorrente do primeiro, é a percepção de que apenas com a união do povo e muita mobilização social será possível concretizar tal oportunidade em realidade. Ainda pela concepção da UJS,
essa luta pela construção de um Brasil melhor está diretamente ligada ao projeto de transformação socialista do país. "Sabemos que, quanto mais as transformações acontecerem, ampliando os direitos do povo e melhorando o país, mais conseguiremos ganhar adeptos para a causa de derrotar o capitalismo e construir uma nova sociedade – e é isso que nos move", aponta o documento aprovado.

Eleições 2010: O Brasil entre o avanço e o retrocesso
Seguindo esta diretriz, os jovens socialistas colocam as eleições presidenciais como o centro da luta política em 2010 e propõem uma ampla mobilização em torno de bandeiras avançadas, que enfrentem os interesses do capital financeiro e seus representantes políticos (PSDB/DEM), e equacionem problemas que afetam centralmente a juventude, como a educação, o desemprego (do qual os jovens são as principais vítimas), a violência contra o jovem nas grandes e médias cidades e outros.

Para a UJS, tal programa avançado deve ser liderado por uma candidatura que consiga representar o legado dos governos de Lula e, ao mesmo tempo, apresentar uma perspectiva de renovação e aprofundamento das mudanças iniciadas.

Rede UJS e novo site: a UJS entra de sola no mundo virtual



Um dos pontos altos da plenária foi o lançamento dos novos sistemas de organização e comunicação da UJS.
A "Rede UJS" - rede social virtual que interligará todos os filiados da entidade, núcleos e direções - será o centro de mobilização do Congresso e proporcionará profundo conhecimento da militância e suas
predileções, suas frentes de atuação, local de moradia, estudo e trabalho, enfim, um conjunto de dados que sirvam para visualizar e planejar o crescimento da entidade.

A rede social, que ainda terá novas fases de desenvolvimento nos próximos meses, também vai proporcionar criação de perfis e comunidades, veiculação de mensagens, fotos e vídeos, tal como fazem sites de relacionamento modernos e muitos utilizados pela juventude brasileira.

Avaliação do 38º Congresso da UBES
Também foi pauta da plenária a avaliação da participação da UJS no processo do 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

O documento aprovado apontou que o resultado foi, no fundamental, positivo, pois os objetivos de ampliar a influência dos jovens socialistas entre o movimento secundarista e de construir ampla unidade em torno da bandeira de 50% do Fundo Social do pré-sal para a educação foram atingidos.

Também foram vistos como vitoriosos o novo método eleitoral da UBES, mais democrático e que permite eleições diretas nas escolas, e a diretriz de ampliar os esforços políticos destinados ao movimento secundarista. Ainda assim, foi registrada a necessidade de insistir nesse esforço, já que todos os dividendos dessa linha política não foram alcançados de imediato neste Congresso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

FSM, parte importante do mundo em transformação

Por Augusto Chagas - Presidente da UNE


Neste mês de janeiro estive nas edições brasileiras do Fórum Social Mundial 2010. Além das etapas de Porto Alegre e Salvador, ocorrerão ao longo do ano encontros por todo o mundo, com o objetivo de acumular o debate que se encerrará em Dakar, no Senegal, em 2011.

Sob a insígnia “Um Outro Mundo é Possível” o FSM chega a sua 10ª edição, o que deve ser motivo de celebração e reflexão, até porque estudo divulgado nessa edição demonstra a força da juventude na renovação política desse evento fundamental, já que compõe a maioria de seus atuais participantes.



Conforme define sua carta de princípios, o FSM é um espaço internacional de reflexão e organização de todos os que se contrapõem à globalização neoliberal. Durante esses anos, ele tornou-se um grande instrumento de articulação de lutas globais, conseguindo levar milhões de pessoas num mesmo dia às ruas para denunciar as invasões do Iraque e do Afeganistão à opinião pública mundial, por exemplo. Reuniu organizações de tipos e vocações diversas, e superando suas contradições foi capaz de encontrar seu espaço de questionamento e luta por um mundo mais humano e justo.



aniversário do FSM nos faz refletir sobre as intensas transformações pelas quais o Brasil e o mundo vêm passando. Em 2001, na ocasião da sua primeira edição, vivíamos o auge do pensamento neoliberal que pregava o “fim da história”, o capitalismo celebrado como sinônimo de liberdade e progresso, e o mundo seria para sempre dirigido pelo imperialismo estadunidense.

A América Latina foi - por mais de uma década - laboratório de modelos políticos e econômicos que seguiam essa cartilha: entrega do patrimônio nacional através das privatizações, recessão e Estado sem responsabilidade com seu povo. O Brasil disciplinadamente obedecia as “recomendações” do Banco Mundial e do FMI.



Nestes curtos 10 anos, o mundo passou por transformações importantes e a crise capitalista colocou em cheque muitas daquelas ideias. Novos atores globais têm surgido e questionado a hegemonia das poucas potências ricas e seus modelos de governança global, como vimos recentemente com o fim do G8.

A América Latina, com poucas exceções, país a país, viu a derrota dos que defendiam as velhas ideias: uma avalanche de governos de origem democrática e popular chegaram ao poder. No Brasil vivemos num ambiente de otimismo e auto-estima, reflexo do início da construção de um projeto de desenvolvimento econômico, político e social que enfrenta as graves desigualdades da nossa história.



O FSM é parte importante deste mundo em transformação. Cada uma dessas mudanças é resultado de intensa energia política e social transformadora. Cada conquista é resultado das lutas dos povos de todo o mundo questionando a opressão e defendendo seus direitos. Que o FSM 2010 reflita sobre estas mudanças e que contribua para a unidade do povo no Brasil e no mundo. Nossa energia tem comprovado que sim, “um outro mundo é possível”.