quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Resenha do filme “Pro dia nascer feliz”

A diversidade de temas, personagens e olhares faz de “Pro Dia Nascer Feliz” um documento sobre a adolescência e educação no Brasil. Tomando a escola como cenário do cotidiano juvenil, o documentário “Pro dia nascer feliz” traça um perfil revelador da juventude brasileira. O filme reúne vários porquês “ - medo de coisas complexas, como medo da morte...” “ - a pressa de saber o que você é(...) qual é a tua, qual não é a tua”. Medos, sonhos, a imprevisibilidade, algumas histórias cheias de esperança e outras tantas em meio a graves problemas sociais.

O exemplo de Valéria, uma jovem sertaneja no interior nordestino, mergulhada na precariedade da escola. Mesmo que ela somente possa ir à escola (em uma cidade vizinha) três vezes, devido ao transporte quase sempre quebrado, Valéria carrega um enorme talento para a escrita, posto em dúvida por professores quase sempre despreparados e visivelmente desmotivados pelo descaso das autoridades em uma das regiões mais pobres do país.

No cenário carioca, vemos jovens desorientados pelo sistema público de ensino e tentados pelo tráfico. Os professores têm poucas forças e meios para resistir. A exceção é apresentada através de música e dança afro, que não compensa as falhas pedagógicas, mas faz toda diferença para um meio estudantil sem perspectiva. Nesse ambiente, desenvolvem-se dramas paralelos como as brigas, as drogas e a gravidez adolescente.

Em São Paulo, os problemas são similares e outras questões vêm à tona. O sonho de chegar a uma universidade, apesar de programas como o ProUni, ainda é distante para os alunos do sistema público paulistano. Ainda sob más gestões do governo, as escolas, os professores e os estudantes sofrem com a escassez de recursos. Surgem, no entanto, focos de esperança, como o projeto de um fanzine produzido pelos alunos. A publicação levanta debates, como o homossexualismo, e faz a rotina escolar menos dura.

Ainda em São Paulo o outro extremo. No Colégio Santa Cruz, um dos mais caros da cidade, surgem debates diferentes, mas igualmente relevantes. Para os jovens da classe privilegiada as preocupações mais fortes são a repetência, escolha de uma profissão e aprovação no vestibular.

A diversidade de temas, personagens e olhares faz de “Pro Dia Nascer Feliz” um documento sobre a adolescência e educação no Brasil.

Márcio Cabral é diretor de movimento estudantil universitário da UJS

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Gracias, Mercedes, que nos ha dado tanto

Pude ouvi-la frente a frente, a dizer tão bem do Brasil, de nosso povo, cantando nossa música.
Duas das figuras que mais contribuíram para que eu me tornasse um internacionalista e pudesse me encontrar com a América Latina foram Mercedes Sosa e Pablo Neruda. Este pela prosa poética vertida em Confesso que Vivi, e aquela, “la negra”, por tudo de arrebatador e pungente que há em seu repertório irretocável.

Como se hoje fora, recordo da saudade que senti de Neruda – estranha nostalgia de quem não se conheceu, lastreada em poesia. Tal sentimento se intensificou ao ouvir na voz de Mercedes Sosa os zambas, chacareras, os versos de justiça e amor, voando pelo espaço aninhados naquela voz vibrante, forte, inconfundível.

Foi assim, exposto a esta dupla influência que me vi repentinamente órfão da América Latina, lastimando-me por não a ter conhecido antes, inconformado e intrigado ante o paradoxo em que a proximidade geográfica não se faz amizade, conhecimento mútuo, identidade. E desde então isso mudou a maneira como me situava no mundo. Descobrira-me, malgrado tanto lixo que se nos empurra, enfim, latino-americano.

E o que Mercedes Sosa cantou me ensinou tanto! Meu portunhol bem ajambrado foi aprendido com ela, cantando e entendendo a rebeldia e o amor, a ânsia por justiça e a grandiosidade com que aquela tucumana afirmava nossa origem comum, nossa irmandade de história, povo e sonhos.

Ela dizia a simplesmente e dura realidade, que “a esta hora exatamente há uma criança na rua”. Reinventou a geografia ao afirmar que “um verde Brasil beija meu Chile de cobre e mineral”. Lembrou-nos em meio a tantas vicissitudes que “tudo muda e mudarmos não é estranho” ainda que “não mude meu amor por mais distante que eu esteja, nem a lembrança nem a dor do meu povo, da minha gente”. Ademais, com os versos de Atahualpa Yupanqui, definiu para mim a amizade, ao mostrar-nos que temos “tantos irmãos que nem os podemos contar/, no bairro, na montanha/, no pampa e no mar/ cada qual com seu trabalho, com seus sonhos cada qual/ com a esperança adiante e as recordações lá de trás”, “tenho tantos irmãos que nem os posso contar e uma irmã muito linda que se chama liberdade”.

Versos assim se cravam no peito se se os canta como ela cantava, ao clamar às massas empobrecidas, “irmão, dá-me a mão, venha comigo buscar esta coisa pequenina que se chama liberdade. Esta é a hora primeira e este é o justo lugar, em que com tua mão e a minha, irmão, havemos de começar. Olha adiante irmão, tua terra que te espera, sem distâncias nem fronteiras que a afastem de tua mão, sem distâncias nem fronteiras, nesta hora primeira em que o punho americano marque o rosto dos tiranos e a dor enfim vá embora”.

Por tudo isto, quando ela veio a Brasília em 2008, senti que enfim chegava a oportunidade - que até desacreditava - de ouvi-la ao vivo, oportunidade que provavelmente fosse a última. E foi como um reencontro, essa sintonia tão estranha de fã, quando a ouvi erguer-se por cima da evidente fragilidade física pelas palavras de carinho e a voz inacreditável que venceu o tempo. E do meu lugar no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, depois de ir ao Chile, Cuba, Paraguai, Bolívia, Nicarágua e Venezuela, depois de ver os ventos de mudanças tão ansiados em seus versos se fazerem realidade, pude ouvi-la frente a frente, a dizer tão bem do Brasil, de nosso povo, cantando nossa música, aquela irmã argentina a declarar um amor tão sincero ao nosso país. Não foi em vão.

E agora que ela partiu, em paz consigo e com seus sonhos de uma intimorata e bela América Latina, não posso pranteá-la, apenas. Tenho na verdade é de lhes sugerir o único tributo verdadeiro para uma pessoa que dizia que “se se cala o cantor, cala-se a vida, porque a vida, a vida mesma é toda um canto”. Não podemos é permitir-nos não ouvi-la, pois assim permanece viva, tão necessária que é a iluminar os caminhos singulares em que a arte nos faz entender com uma profundidade total esta irmandade latino-americana, este amor aos oprimidos e o ódio às injustiças.

Conheçam Mercedes Sosa e partilhem do legado caudaloso de sua obra, das lições e do prazer de ouvi-la cantar, da poesia tão bem escolhida por uma intérprete que sabia o que dizer à mente e ao coração, uma irmã tucumana, argentina, latino-americana que, como a vida, pôde nos dar tanto.



Paulo Vinicius é liderança sindical da CTB, já foi da executiva nacional da UJS

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

UJS: acelerar a chegada do futuro

A União da Juventude Socialista (UJS) comemora, com exuberante vigor, seus 25 anos. Tem uma presença marcante na vida da juventude e nas lutas políticas do país.
Sua vitalidade se evidencia nos inúmeros combates travados, quer seja nas mobilizações de rua ou na arena da luta de idéias e, também, pelas responsabilidades que exerce como força política hegemônica nas duas principais entidades dos estudantes brasileiros - a UNE, União Nacional dos Estudantes, e a Ubes, União Brasileira de Estudantes Secundaristas.

É atuante em todas as unidades da Federação. Tem 100 mil filiados e se espalhou no território nacional, em mais de 700 municípios. Seu ponto forte é a luta dos estudantes, mas já diversificou suas frentes de ação e combate. Hip-Hop, outros movimentos de cultura, jovens trabalhadores, jovens cientistas, jovens mulheres, ecologia... São 15 frentes de trabalho! A emocracia rege a sua dinâmica interna. Prova disso, são seus congressos que movimentam dezenas de milhares de jovens.

Embora com justa razão se regozige com o patamar atingido, a UJS sabe que há ainda muito por realizar e para se expandir.

Nasceu no epílogo do regime militar, em 1984, já participando da jornada democrática das diretas-já. Surgiu com um programa democrático, patriótico, juvenil e socialista. Da sua fundação, em congresso realizado no plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo, participaram lideranças egressas do movimento estudantil, como Aldo Rebelo, que foi o seu primeiro presidente, e também lideranças vinculadas à outros setores do povo e dos trabalhadores, como jovens sindicalistas e lideranças comunitárias. Estavam entre os fundadores, jovens artistas do mundo da cultura erudita e popular. E é claro, como não poderia deixar de ser no país do futebol, lideranças juvenis amantes e praticantes de várias modalidades do esporte.

De lá para cá muitas passeatas passaram na avenida. E a UJS esteve em todas elas, na maioria, à frente.

Na Constituinte de 1988, depois de muita peleja, por sua iniciativa e luta, os jovens brasileiros conquistaram o direito de voto aos 16 anos. Em 92, comandou uma das mais belas jornadas de luta da juventude brasileira: as mobilizações dos carapintadas que foram decisivas à vitória da campanha Fora Collor.

Quando veio a década neoliberal e era preciso resistir, e para tanto se exigia consciência e capacidade de mobilização, a juventude estudantil, apesar das adversidades, "não se afastou das ruas", e lá no meio dela, estava a UJS. Nesse período ela defendeu a universidades e as escolas públicas, que no roldão do desmonte do Estado nacional, estavam sendo sucateadas, com a educação entregue ao mercado.

Em 2004, quando a UNESCO, braço das Nações Unidas para a educação e cultura, divulgava um mapa da violência que apontava o Brasil em quinto lugar no macabro campeonato mundial de mortalidade juvenil por homicídio, a UJS há muito já denunciava que no Brasil os jovens são os que mais sofrem com a realidade de violência que impera, principalmente, na periferia das metrópoles. Nesse sentido incentivou, a Ubes e a UNE a realizar a campanha "Sou da paz", com intuito de combater essa dramática estatística de assassinatos de jovens.

Quando no triênio 89-91 eclodiu um verdadeiro abalo sísmico no mundo da idéias com a dissolução da União Soviética, a UJS soube se manter de pé, não foi arrastada pelo vendaval anticomunista que o imperialismo desencadeou. Entrou na arena e participou da luta teórica que reafirmou o socialismo em bases novas. Nessa batalha, ou melhor, nessa guerra travada, esteve lado a lado com o Partido Comunista do Brasil, PCdoB, partido que liderou de forma vitoriosa o enfrentamento dessa crise do socialismo. PCdoB, aliás, que foi o grande incentivador da fundação da UJS e com a qual mantém contínua comunicação e ação conjunta.

A UJS tendo participado das campanhas que levaram Lula à Presidência, se movimenta nos dias atuais, tanto respaldando o governo que ajudou a eleger quanto o impulsionando a cumprir o programa de mudanças com o qual selou compromisso com o povo brasileiro. Em especial, se dedica para que se honrem os compromissos firmados com a juventude brasileira, principalmente, no que se refere a seus direitos ao trabalho, à educação pública de qualidade, ao esporte e à cultura. Tem contribuído com a elaboração do programa de políticas públicas para a juventude a ser implementado pelas diferentes áreas do governo.

Em 2005, quando a direita golpista e seu monopólio midiático conspiravam para cassar o mandato do presidente Lula, a UJS estava na linha de frente do movimento social que se levantou em defesa da democracia.

Num mundo marcado pela escalada de guerra do imperialismo norte-americano, a UJS tem como uma de suas prioridades a luta pela paz e a defesa da soberania dos povos. Internacionalista, mantém relações com entidades juvenis, democráticas e revolucionárias, de vários países.

Os jovens socialistas promovem e defendem a cultura brasileira, tratam-na como um dos principais patrimônios de nosso povo, uma das marcas da própria identidade nacional. Não é pois sem motivo que escolheram, desde o início, o poeta Castro Alves, como patrono. Lutam, também, pelo fortalecimento da produção científica no país, juntam sua voz as dos pesquisadores e cientistas brasileiros que alertam as autoridades para o fato de ciência e tecnologia serem requisitos à soberania de qualquer país.

Os jovens da UJS se consideram herdeiros da rica tradição de luta da juventude de seu país. Jornadas que remontam à época do Brasil Colônia quando se irromperam as primeiras lutas pela independência, passando pela campanha dos estudantes pela Abolição da escravatura e pela República, pela paz e contra o nazi-fascimo. De modo especial os jovens da UJS se apresentam como continuadores dos jovens combatentes da Guerrilha do Araguaia. Ao reivindicarem a si essa herança expressam uma opção contundente pela militância, pela consciência de que é possível construir uma sociedade nova num mundo bem diferente deste.
Mesmo quando as iniqüidades da realidade presente pressionam a juventude a descrer de sua força e a duvidar do triunfo do novo.

À época de sua fundação, em 1984, entre as reflexões políticas e teóricas que motivaram o seu lançamento circulava a idéia de que era preciso "proteger a juventude dos efeitos destrutivos do atual sistema". O caminho que a juventude encontrou para se proteger das ações destrutivas do capitalismo foi o da união, da luta, do exercício pleno e consciente de seu vigor e de sua rebeldia em prol de um Brasil livre, soberano, democrático e socialista.


Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta, é secretário nacional de Formação e Propaganda do PCdoB e presidente da Fundação Maurício Grabois.

As Tarefas Históricas da União da Juventude Socialista em Mato Grosso do Sul.

Ser amplo significa conciliar a radicalidade do programa político com a base material capaz de executá-la. Os recém completados vinte e cinco anos da União da Juventude Socialista possuem vastos fatos históricos que se orientam por tal visão de mundo. A política institucional sul-matogrossense, concebida pelos donos do poder como a grande política, revela outra perspectiva: trava-se constantemente um diálogo que se posiciona para além da sociedade civil, na verdade, a grande política não é mais do que, o movimento dos rearranjos das oligarquias locais. Realiza-se a profissão de fé das lideranças, executa-se a ordem do discurso de suas potencialidades individuais e de pronto estabelece-se a apologia do líder nato: o oligarca torna-se o povo.

A falha fundamental dessa grande política é a mesma que seguiu o pensamento de Hegel acerca do Estado Moderno Liberal, para o filósofo alemão, o Estado é uma “vontade interna da família, uma necessidade externa da sociedade civil, portanto, um fim imanente”. Esse rebuscamento filosófico do pensador idealista é o mesmo que está contido na fala das multidões que afirmam “sempre foi assim”. O interessante é que a oligarquia, ao menos seu destacamento mais esclarecido, conhece muito bem o conteúdo falacioso dessa concepção e os riscos que esta pode acarretar.

A composição orgânica da vida política muito pouco depende da vontade e dos interesses individuais, eles se organizam a partir da luta de classes. Entendendo que a luta de classes é um movimento dialético, não bipolar, isto é, não significa unicamente a luta dos donos dos meios de produção e do proletariado, o combate histórico organiza-se também no seio das próprias classes. Recentemente, a luta de fração ou destacamento de classe expressou-se no combate entre a Rede Globo e a Rede Record, o mesmo fenômeno ocorre no seio da classe trabalhadora, na medida em que incorpora a visão de mundo e ideologia da classe dominante.

Essa reflexão preliminar procura compreender a aparente existência de uma política acima de nós.

A UJS não pode se deixar seduzir por tal perspectiva. Se a velha classe política de Mato Grosso do Sul, e suas expressões na Juventude, orientam-se por uma visão de mundo que compreende a sociedade civil como um instrumento abstrato de sua política, nós pelo contrário, devemos compreender a sociedade civil numa perspectiva organizativa, isto é, para os dominantes a sociedade civil necessariamente não pode existir politicamente porque os donos do poder não constituem a sociedade civil. A UJS deve ser necessariamente a expressão da sociedade civil organizada amplamente na política.

Estabelecer essa compreensão na práxis, na condição de síntese entre o pensamento filosófico e a ação política, pressupõe compreender algumas questões.

Significa compreender que a juventude não é nem conservadora nem progressista, mas uma enorme potencialidade em disputa, ou seja, o processo de formação da juventude estabelece-se historicamente. A minha geração, por exemplo, foi educada sob os escombros do muro de Berlim e sob a égide do assim denominado “mundo livre”, para logo em sua segunda década de existência perceber a ruína desse mesmo mundo livro cunhado na palavra “crise”. Para compreender a formação histórica do indivíduo na sociedade multipolarizada precisamos entender o próprio movimento da luta de classes nessa sociedade, os novos destacamentos e frações que cada classe apresentam nesse momento histórico: a pós-modernidade, a onda ecológica e etc. Isso não é um fato, mas uma tarefa histórica.

Significa ampliar os espaços de diálogo com a juventude. Nesse sentido as novas mídias e formas de comunicação ocupam espaço privilegiado, e isso é consenso tão verdadeiro quanto o combate que as elites midiáticas estão fazendo contra a Conferência Nacional de Comunicação. É preciso estabelecer um programa de formação que se apodere desses espaços virtuais e essa é uma tarefa histórica para a qual a União da Juventude Socialista possui condições reais de execução, primando pela relação dialética entre a formação dos militantes nesse espaço e a ampliação e descentralização das tarefas de comunicação. Os órgãos de comunicação devem estar em todos os lugares com uma unidade interna de organização, entretanto, primando pela descentralização por incorporação de novos militantes nessa tarefa. Não basta que a comunicação exista como uma ferramenta descritiva das atividades da UJS ela precisa tornar-se a expressão necessária da vida orgânica de cada coletivo ou núcleo de base, aperfeiçoando a formação e mobilizando, visando ampliar a democracia na vida política dessas organizações. A comunicação deve superar certa dicotomia entre o público e o privado, entre o interno e o externo. A comunicação deve ser o instrumento de informação, respeito, expressão e admiração de cada militante, tal como, o vermelho. O coletivo da UJS precisa vislumbrar a necessidade de se expandir - para além das fileiras de militantes, amigos e aliados da Juventude do Araguaia - e começar a estabelecer um diálogo sem fronteiras de participação, de execução, ou de debate, com toda a sociedade civil. Isso não significa depositar a esperança da redenção da humanidade na tecnologia, pelo contrário, significa organizar a militância para a tomada do poder desse espaço e também por meio desse espaço.

A formação deve ser compreendida como ferramenta organizativa para o combate das idéias apropriando-se das novas mídias com dinamismo e agilidade. Além disso, a formação deve cumprir também um papel de pesquisa dos movimentos da Juventude o que fornece subsídios para a elaboração dos programas, desde um programa político nacional até uma carta programa para uma disputa de centro acadêmico. É preciso realizar a tarefa histórica de aproximar ainda mais a relação entre comunicação, mobilização e formação na medida em que esses níveis da vida orgânica catalisam a capacidade organizativa da Juventude do Araguaia.

Já temos maturidade para organizar um plano estratégico para UJS de Mato Grosso do Sul com uma amplitude temporal mais relativa, um plano que só poderá ser objetivado com o desenvolvimento das ferramentas de comunicação e formação. A organização dessa estratégia é a nossa principal tarefa porque constituí-se como síntese, ao mesmo tempo, da capacidade de nossas ferramentas organizativas e de nossa habilidade política.

Debater nossa organização na condição de tarefa histórica significa levar em conta a complexidade constituinte da vida política contemporânea. Se os instrumentos da velha classe política sul-matogrossense se expressão na mistificação da juventude, a capacidade de nossa vida orgânica é o grito da juventude contra esse antigo regime. Nesse sentido a Juventude do Araguaia cumpre a tarefa histórica de empurrar a velha classe política para o lugar que lhe há de corresponder: o museu de antiguidades.
Grande Política?


Thiago Oliveira Custódio
Secretário de Formação UJS/MS